BANCO MUNDIAL SUSPENDE PROIBIÇÃO E VOLTAR A APOIAR PROJETOS DE ENERGIA NUCLEAR 6o3837
Uma novidade importante e histórica para o setor nuclear mundial. O Banco Mundial está encerrando sua antiga proibição de financiamento a projetos de energia nuclear — e ará a apoiar iniciativas para estender a vida útil de reatores existentes e acelerar o potencial dos pequenos reatores modulares (SMRs) em países em desenvolvimento. A mudança foi decidida em reunião do conselho da entidade realizada na última terça-feira e confirmada por e-mail enviado à equipe da organização pelo presidente Ajay Banga, segundo apuração do World Nuclear News.
No comunicado, Banga explicou a justificativa da mudança, afirmando que “eletricidade é um direito humano fundamental e a base do desenvolvimento. Empregos exigem eletricidade — assim como os sistemas de saúde, a educação, o fornecimento de água potável, a segurança pública e muito mais. E a demanda só crescerá à medida que as populações aumentam, as economias se industrializam e a digitalização se acelera”.
O objetivo, segundo ele, é dar aos países flexibilidade para escolher como fornecer energia confiável que permita alcançar suas metas de desenvolvimento, especialmente diante da expectativa de que a demanda por eletricidade nos países em desenvolvimento mais que dobre até 2035. Para isso, o Banco Mundial estima que será necessário aumentar os investimentos em geração, redes e armazenamento dos atuais US$ 280 bilhões para cerca de US$ 630 bilhões.
Banga afirmou que, “pela primeira vez em décadas, o Grupo Banco Mundial começará a voltar ao setor de energia nuclear”. Em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e outras instituições, o banco apoiará esforços para estender a vida útil de reatores existentes em países que já os possuem, além de colaborar com melhorias nas redes elétricas e na infraestrutura associada. O banco também buscará “acelerar o potencial dos pequenos reatores modulares, para que se tornem uma opção viável para mais países ao longo do tempo”.
A escolha da fonte de energia mais adequada continuará sendo dos países, de acordo com seus contextos e recursos. “Alguns poderão optar por investir em solar, eólica, geotérmica ou hidrelétrica, onde essas fontes fizerem mais sentido. Em outros, o caminho mais apropriado poderá incluir gás natural ou, com o tempo, energia nuclear”, explicou o presidente do banco.
Ele também reconheceu que ainda não há consenso no conselho do Banco Mundial sobre o apoio a projetos de gás natural na etapa de exploração, e que serão organizadas discussões aprofundadas para melhor compreensão de tecnologias em evolução, como a nuclear, captura de carbono e energia oceânica. Banga concluiu dizendo que as discussões construtivas marcaram “um avanço real no caminho para entregar eletricidade como motor do desenvolvimento”.
A decisão foi recebida com entusiasmo por Sama Bilbao y León (foto à esquerda), diretora-geral da World Nuclear Association, que declarou: “Esta é uma mudança marcante na política energética internacional, que vem após anos de diálogo com o Banco Mundial sobre a sustentabilidade da energia nuclear. O o a financiamento é essencial para expandir os benefícios da energia nuclear limpa e confiável. A World Nuclear Association está pronta para colaborar ainda mais com o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento para apoiá-los na capacitação para decisões sobre financiamento nuclear”.
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