PREOCUPAÇÃO NUCLEAR FAZ RAFAEL GROSSI VOLTAR PELA 12ª VEZ À UCRÂNIA E SEGUIR PARA A RÚSSIA NO FINAL DA SEMANA 2f1r2v

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, encontrou-se com o presidente da Ucrânia, Vlodymyr Zelensky,  para conversar sobre a atual situação de segurança e também falou sobre a futura nova capacidade de energia nuclear no país. Grossi, que teve uma de suas reuniões durante o dia transferida para um abrigo subterrâneo por causa de uma sirene de ataque aéreo, disse que “os perigos à segurança nuclear continuam sendo muito reais e sempre presentes“, com a central nuclear de Zaporizhzhia, e os seus seis reatores, continuando a depender de apenas uma linha de energia externa. A equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que estiveram também nas usinas de Khmelnitsky e Rivne tiveram que se abrigar após alertas de ataque aéreo. “Mais de três anos após o início desta guerra terrível, a presença da AIEA em terra continua essencial para ajudar a evitar a ameaça de um acidente nuclear grave. Mas, ao mesmo tempo, precisamos começar a olhar para o futuro. Embora a AIEA continue comprometida em fazer tudo o que pudermos para ajudar a manter as instalações nucleares da Ucrânia seguras e protegidas até o fim desta guerra devastadora, também é crucial nos prepararmos para a fase de reconstrução, na qual a AIEA também pode desempenhar um papel importante.”

De acordo com o relatório da reunião do gabinete do presidente ucraniano, o foco principal das negociações foi a situação na usina de Zaporizhzhia, que está sob controle militar russo desde o início de março de 2022. O presidente disse que era essencial continuar a presença da AIEA no local e “enfatizou que qualquer tentativa potencial da Rússia de reiniciar os reatores da usina é inaceitável”. No relatório da AIEA do dia, que também abordou as conversas com o Ministro da Energia, Herman Halushchenko, a agência disse que os problemas abordados incluíam uma avaliação detalhada da segurança da AIEA sobre o abrigo gigante no local de Chernobyl – o Novo Confinamento Seguro – que foi danificado em um ataque de drones em fevereiro, bem como assistência com o plano de construção de duas novas unidades no local de Khmelnitsky e trabalho para manter a rede elétrica nacional estável.

O Ministério da Energia da Ucrânia citou Grossi dizendo: “A energia nuclear tornou-se um verdadeiro pilar para a Ucrânia nestes tempos difíceis. Ela proporcionou um fornecimento de eletricidade estável e confiável durante um período de enorme crise.” Ele também observou que a Ucrânia é um país com alguns dos mais altos níveis de qualificação e experiência em tecnologias nucleares, o que lhe confere “uma enorme vantagem competitiva e tecnológica“. E, segundo o ministério, Grossi acrescentou que estava “absolutamente claro que apostar ainda mais na energia nuclear é, não apenas tecnologicamente, mas também economicamente, o caminho mais inteligente” para a Ucrânia. O diretor-geral da AIEA, que fez a sua 12ª visita à Ucrânia desde o início da guerra,  deve visitar a Rússia no final desta semana.